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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Andar de ônibus também é cultura

Às vezes reclamo de andar de ônibus pelo desconforto, tempo, entre outros fatores, mas é no transporte público que me deparo com experiências de vida e histórias que enriquecem cada dia mais meu repertório.

Esses dias, na ida para a faculdade, cheguei no ponto de ônibus e uma senhora aguardava o mesmo ônibus. Logo que cheguei ali, ela exclamou, “nossa, o ônibus está demorando”. Foi o ponta pé inicial para a nossa conversa. Pela quantidade de “s” que ela utilizou para falar, logo percebi que sua origem era o Rio de Janeiro. Conversamos sobre a cultura do Rio e Brasília – minha terra natal – e comparamos com Curitiba. Falamos sobre o trânsito, as pessoas e chegamos como sempre, na gastronomia. Ela comentou que o que mais chamou a atenção dela quando veio pra cá há cerca de 9 anos, foi ir até um restaurante em Santa Felicidade e além de ter fila, demorar mais de uma hora para entrar no restaurante e fazer a refeição.

Franco (2006) fala sobre a evolução da gastronomia e suas influências:

Começam a aparecer restaurantes famosos em aldeias e proximidades de estradas, ensejando o aparecimento de verdadeiras dinastias culinárias, com papel importante na evolução da gastronomia. A grande cozinha irá inspirar-se cada vez mais na cozinha popular e na cozinha burguesa das regiões da França (FRANCO, 2006, p. 232).

Mais uma vez notei a influência gastronômica de Curitiba, que impressiona as pessoas. Muitas vezes quem está aqui não percebe, mas quem vem de fora, nota o quanto a gastronomia é valorizada por aqui. Talvez isso seja algo a se prestar mais atenção.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A arte da gastronomia no cotidiano

  
   Vou abrir os posts deste blog falando um pouco sobre o meu amor pela gastronomia.
  Não é de hoje que abro a geladeira e procuro algum ingrediente inusitado para fazer uma receita especial. Ou então, substituo um ingrediente por outro para dar um toque especial nas minhas receitas. Porém, gastronomia não se resume a receitas, pelo contrário, ela é uma mistura de saberes e experimentos, muito mais detalhes do que podemos imaginar. Uma arte, talvez:

Podemos afirmar que a principal preocupação da arte de cozinhar é proporcionar o máximo de prazer a quem come. Não comemos apenas para saciar a fome, mas, principalmente para ter prazer. Além disso, o ato de comer tem um sentido simbólico para o homem. Comer o mesmo pão, por exemplo, é alimentar-se juntos, é sinal de fraternidade, solidariedade e companheirismo (LEAL, 2004, p.7).

   Esse prazer na alimentação eu sinto em alguns momentos. Quando vou almoçar ou jantar em um restaurante e tento degustar de cada ingrediente que foi utilizado naquele prato. Ou até mesmo, quando ouço as pessoas comentarem sobre alguma matéria que saiu no jornal sobre gastronomia, ou que simplesmente que adoraram um festival gastronômico que teve na cidade.
  Nessa vida corrida de quase jornalista, conheço pessoas de cidades, perfis, profissões distintas, e a cada encontro procuro valorizar a experiência. Semana passada no retorno de um evento, peguei um táxi  e no caminho notei que o  taxista era muito falante, e achei curioso porque quando entrei no carro percebi que tinha um jornal em um bolso no banco do passageiro. Logo aproveitei e falei que tinha achado aquilo interessante. A conversa se extendeu e ele afirmou que sempre tem pelo menos duas opções para que o passageiro possa aproveitar a corrida e colocar a leitura em dia. 
  Mas aonde que entra a gastronomia nessa história? Durante a conversa ele me falou sobre a importância da leitura e que incentiva muito seus filhos à pratica. Aproveitei o gancho - jargão jornalístico - e perguntei se ele gostava de gastronomia e para ele qual era o significado desse termo, receitas ou matérias sobre o assunto. Foi assim que começou a história, me contou que gosta de fazer receitas diferentes "Nada de arroz e feijão", ele disse. O auge da conversa foi quando ele comentou que recentemente tinha feito um carneiro que o amigo dele comprou e deu para ele ser o "chef".
  Essas coisas me fazem pensar a gastronomia. Para cada um ela tem um significado diferente, mas o que há em comum é sair do trivial. Talvez seja esse o verdadeiro significado da gastronomia, como disse o autor supracitado não é apenas o ato de comer.